Testemunha diz que agentes da Rota mataram jovem em ação no Moinho

Leandro de Souza Santos, de 18 anos, ficou cerca de 1h30 sozinhos com policiais no barraco onde morava

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Cinco agentes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) passaram cerca de 1h30, sozinhos, dentro do barraco onde morreu Leandro de Souza Santos, de 18 anos, após operação anti-drogas na favela do Moinho, no Rio de Janeiro.

Uma vizinha da vítima disse, nesta quinta-feira (29), após sepultamento do corpo do jovem, que o ouviu gemer e um tiro. Leandro saiu do barraco desacordado, em uma maca carregada pelos policiais, e chegou ao hospital sem vida. Para a testemunha, o jovem foi assassinado pela polícia.

Ao ter acesso ao barraco do qual é proprietária, uma das vizinhas da vítima disse que encontrou sangue. "Olhei o chão e tava cheio de sangue. Espirrado no fogão, na geladeira, até no armário que tava meio afastado", contou ao G1. Ainda segundo pessoas que não quiseram se identificar, o jovem entrou correndo no local e foi seguido de perto pela polícia. "Já tinham entrado cinco policiais lá para dentro e eles não deixaram eu entrar".

A testemunha revelou ainda que foi coagida por policiais, que pediu para acompanhá-los à delegacia. A mulher relata ter ido sozinha na viatura, entre dois agentes. Antes de seguir ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o depoimento oficial foi ouvido, a mulher teve de contar sobre o que viu e ouviu no 77º DP, na Santa Cecília, e depois no 23º, em Perdizes.

"Se eu tivesse dito que ouvi tiro ou o menino gemendo, essas coisas, acho que eles tinham acabado comigo por ali mesmo. Foi o que eu imaginei ali na hora que eu tava sozinha. Estava só eu e tinha quatro [policiais]", contou. No final, a mulher ainda foi levada ao batalhão da Rota, onde precisou contar a história pela terceira vez.

Em nota, a Polícia Militar alega que Leandro fugiu para "uma habitação, tirando os moradores que lá estavam e passando a atirar contra os policiais, que reagiram". A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) disse ao G1 que o caso será apurado.

Fonte: noticiasaominuto.com.br